sábado, 14 de maio de 2016

FRONTEIRAS


Dizem que a morte perde seu caráter trágico quando é anunciada pelo tempo natural e não pelo tempo humano... grande bobagem! O que torna a morte uma tragédia não é a forma como ela ocorre, mas o rompimento definitivo que ela cria em relação a aqueles que amamos.
A morte seria o fim da vida ou o inicio de outra? Tudo depende do ponto de vista: para alguns a linha que contorna o horizonte não é o fim do caminho, mas o inicio do céu; não é onde a esperança acaba, mas onde ela começa. O que é uma tragédia para uns se torna a renovação para outros. O ultimo capitulo de um livro pode significar apenas o primeiro de sua sequência. Para alguns a escuridão da noite, com seus mistérios e enigmas, possui mais beleza que a clareza, às vezes, assustadora do dia.
Temo a morte por que ela anula meus propósitos, mas a admiro pelo seu significado. A beleza da vida consiste em colocar o tempo como a única unidade da medida de todas as coisas. O tempo não necessita de reduções teóricas da realidade, de abstrações pragmáticas para que se explique sua natureza. O tempo não passa do mesmo modo para todas as pessoas, mas todas as pessoas encontram no tempo um mesmo destino: o fim de seu significado de existência. Por isso não acredito em eternidade, essa fabula da vaidade humana tira o que de belo preenche a vida.
As fronteiras não existem enquanto negarmos ao passado seu direito de existir. Para que serve o passado? Para que se lembrar daquilo que sua existência transcende? A história redefine as fronteiras daquilo que um dia foi e daquilo que um dia será, pois seguir em frente sem tentar compreender o passado é o mesmo que começar do zero e ter pela frente o inconveniente dos mesmos erros.
AUTOR:
TIAGO RODRIGUES CARVALHO

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